Tenho um gato Guerreiro!

É verdade, não estou a brincar! O meu gato é um Guerreiro e chama-se Paiva.

Acreditas que um gato pode mudar a forma como vemos a vida? Que consegue fazer-nos refletir sobre o que realmente é importante? Que pode mesmo levar-nos a criar projetos novos e desafiantes? O meu gato Paiva conseguiu fazer tudo isto! É ainda muito novo, mas já tem uma grande história que gostaria de vos contar.

Em primeiro lugar, quero dizer que sou apaixonada por animais. Desde sempre me preocupei com o problema da sobrepopulação de animais de rua e, desde que me lembro, sempre resgatei, cuidei e acolhi na minha casa os animais que podia.

No entanto, existe um que me marcou e mudou tudo à minha volta!

Num dia quente de outubro, no ano de 2017, fui com uns amigos percorrer os passadiços do Paiva, em Castelo de Paiva, uma vila situada no Distrito de Aveiro.

Depois de uma longa caminhada, com paisagens naturalmente deslumbrantes, e já preparados para regressar a casa, eis que aparece um pequeno gato amarelo, muito sujo, doente, magro e faminto a correr na nossa direção. O pobre bichano não teria mais de 3 semanas de vida e, mesmo debilitado, miava o melhor que conseguia e tocava levemente nas nossas pernas, como que a suplicar por ajuda.

Quando vi o animal naquele estado, o meu coração derreteu! Era um ser determinado a sobreviver e agarrou-se à última pontinha de esperança que ainda lhe restava para pedir ajuda.

Foi aqui que percebi… este gato é um verdadeiro Guerreiro!

Decidi acolhê-lo na minha casa e garantir que lhe dava essa oportunidade de sobreviver. E aqui começou toda esta aventura!

Devido à necessidade de cuidados médicos conheci o Breed, um Hospital Veterinário na cidade de Paredes, que em muito me surpreendeu. Conheci uma equipa de profissionais que, para além de cuidar e tratar os animais, também os mima todos os dias.

Segui todas as indicações dadas e as melhorias foram acontecendo dia após dia.

Por estar tão debilitado, decidi mantê-lo dentro de casa e foi aí que começaram as mudanças! Muito rapidamente habituei-me a conviver com caixas de areia, miados e encontros pela casa, às vezes delicados, outras nem tanto.

Mas, tudo isto se tornou adorável!

Ele procura sempre o contacto humano, não quer estar só. Sempre muito brincalhão e amável. Passo horas a brincar com ele. De certa forma, quero compensá-lo por tudo aquilo que já sofreu durante a sua curta vida.

É por isso que afirmo que o Paiva mudou a minha forma de ver a vida e me fez refletir sobre o que realmente importa.

O nosso dia-a-dia está repleto de pequenas e grandes batalhas que testam a nossa capacidade de superação e sacrifício, assim como aconteceu com o “Paiva – O Guerreiro”. Cabe a cada um de nós decidir levantar a cabeça e lutar com todas as forças enquanto nos restar a esperança. E foi o que ele fez!

Hoje, olhar o Paiva é olhar-me no espelho. Energia, boa disposição e muito amor para dar! Assim é o Paiva e assim sou eu. Somos dois guerreiros no campo de batalha e formamos uma boa dupla.

Porquê o nome Paiva?

Simples… Porque foi o nome escolhido por uma grande amiga, a Sílvia.

Em jeito de homenagem ao local onde foi encontrado (Castelo de Paiva, Passadiços do Paiva, Rio Paiva). Digam lá se não é o nome perfeito?

Eu acho que sim. É um nome diferente, mas que fica no ouvido.

Paiva e o nascimento de um projeto!

Consciente de que o abandono animal ainda existe em larga escala e das dificuldades que as Associações de recolha também enfrentam, surgiu a ideia de criar um projeto que visa trabalhar estes dois campos.

Primeiro, sensibilizar para o não abandono e para a adoção de animais de rua e segundo, dar apoio monetário ou em géneros às Associações de Apoio Animal.

Este projeto consiste na publicação de um livro infantil, intitulado “Paiva, o gatinho amarelo”, sobre o qual vos irei contar tudo brevemente.