De coração bem cheio e feliz! Uma experiência única, abundante em amor e carinho, mas também muito emocionante.
Assim me senti depois de estar com todas aquelas crianças.
No passado dia 16 de agosto, visitei a Associação Rebord’Arte, em Rebordosa, e o Centro Social de Parteira, em Lordelo, que estão a desenvolver um projeto de inclusão social com o objetivo de ocupar os tempos livres de crianças de famílias em risco de exclusão e/ou institucionalizadas.
O objetivo da minha visita a estas Associações foi, exclusivamente, proporcionar-lhes uma sessão de leitura da história do “Paiva, o Gatinho Amarelo” e fazer com viajassem na imaginação e no mundo dos contos infantis.
E, acreditem, saí de lá muito mais rica.
Inicialmente, senti-me pouco à vontade. As crianças estranharam a minha presença, não queriam aproximação da minha parte e mostraram-se receosas.
Muito tímidas, algumas tapavam os olhos com as suas mãos, como se não me quisessem ver.
Fiquei surpresa com estas atitudes, mas depressa compreendi que esta é uma reação normal quando recebem alguém que não lhes é familiar.
Porém, a magia aconteceu assim que abri o livro do Paiva e comecei a contar-lhes a história.
As mãos deslizaram dos rostos e os olhos ficaram presos nas ilustrações que lhes ia mostrando.
Ouviam com atenção cada palavra e as suas expressões faciais mostravam claramente que se tinham colocado no papel do pequeno gatinho.
Com o final da história recebi, não de um nem dois, mas de todas as crianças, beijinhos, abraços e palavras de gratidão.
Foi uma experiência muito enriquecedora, não só a nível profissional, mas principalmente a nível pessoal.
As lágrimas teimavam em persistir nos meus olhos, o meu coração palpitava de alegria por saber que lhes proporcionara um momento feliz, mas também de tristeza, pois sei que, mesmo com todo o carinho e atenção de todos os técnicos que os acompanham, nunca é suficiente.
Precisam de mais. Precisam de mais momentos assim. Precisam de mais pessoas para os acarinharem e apoiarem.
Amor nunca é demais. E é gratuito. Não custa!
É assim que sou feliz! A distribuir felicidade por todos os que me rodeiam.