Tenho 6 histórias que gostava de partilhar. 6 histórias com um final feliz! Bem… não são 6… são 7! Espera… 8! Talvez 9!
Não importa muito quantas são, o importante é que são histórias com um final feliz. Gostava que pelo menos hoje lessem estas histórias felizes. Histórias que vos preenchem o coração e que vos ajudem a ter um dia ainda melhor.
As histórias que vos quero contar são histórias em que as personagens principais têm 4 patas, 4 patas pequeninas.
O abandono
Alguém, que não interessa quem, por uma razão que não interessa qual, tem consigo 6 criaturas indefesas que transbordam fofura!
Esse alguém, por alguma razão que não interessa qual, toma a decisão consciente que vai abandonar todos esses pequenos à sua sorte e aqui inicia-se um processo longo e de difícil compreensão.
Alguém separa todos estes pequenos da sua mãe, coloca-os numa caixa de cartão, leva-os até ao seu carro, pousa-os no banco de trás, conduz até um local inóspito e deixa-os ficar ali, sem nada e sem ninguém.
Não quero alongar-me nesta parte da história pois, acredito que todos estejam familiarizados com o enredo deste tipo de trama e também porque vos prometi 6 histórias felizes, ou 7, talvez mais e não mais uma história de medo e terror.
O resgate
Nesta história, eu sou personagem secundária e represento o meu papel com orgulho e da melhor forma que consigo. Sinto que o fiz com elevada competência pois, senti tudo o que se deve sentir numa situação como esta. Senti compaixão por todos aqueles pequenos, raiva por quem teve coragem de os deixar ali, frustração por não ter apoio nem meios suficientes para ajudar a resolver a situação e receio de acabar com um problema que não conseguiria resolver.
Deparei-me com seis pares de pequenos olhinhos, com um misto de alegria e medo, e cujo olhar se perde na imensa e desconhecida mata onde os encontrei.
Assustados, mas ao mesmo tempo curiosos, lá saem da minúscula caixa e partem à descoberta daquele novo espaço.
Nesse momento, coloquei os meus óculos cor-de-rosa e disse a mim mesma: “Vai correr tudo bem!”
A longa jornada até ao “final feliz”
Dia após dia, uma tentativa de conquista e aproximação dos cachorrinhos.
Dia após dia, alimentar estes seis seres, limpar, cuidar e mimar.
Ao final de alguns dias, já estavam completamente rendidos. Os olhinhos voltaram a brilhar. A esperança de uma vida feliz voltou.
E aqui começou a procura de “lares felizes” para estes pequenos seres.
Não foi fácil, houve muito trabalho nas publicações, nas partilhas e na procura. Felizmente tivemos muito apoio. Associações, voluntários, amigos, familiares, grupos de apoio animal, etc. Foram imensas as pessoas que partilharam e passaram a palavra com a finalidade de encontrar o melhor lar possível para cada um.
E adivinhem? Conseguimos! E que bem entregues que ficaram.
Uma das coisas que reparava, sempre, assim que chegava com o cachorrinho à beira dos adotantes, era nos seus olhos. Queria ver brilho, queria ver amor, queria ver compaixão.
E foi tudo isto que vi em cada pessoa adotante. Foram estes olhares que me tranquilizaram. Que me deram a certeza que estava a tomar a decisão certa e que aquelas vidas iriam ser vidas felizes.
Quero, publicamente, agradecer a cada um de vós que, na hora em que decidiram aumentar a família, com um amigo de 4 patas, optou pela adoção. Optou por dar amor a alguém a quem lhe tinha sido roubado até o direito à vida.
Parabéns pela vossa atitude tão nobre e tão humana. Não vou mencionar nomes, mas sabem que estarei eternamente grata e que ficaremos para sempre com esta ligação. (Vou querer sempre fotos e vídeos dos “macaquinhos”, como ternamente lhes chamo).
Sabem aquela célere frase que diz que “A Natureza devolve tudo o que lhe fazemos de bem”?
Comprovo!
Estas seis vidas que ajudamos, trouxeram-nos pessoas de bem. Pessoas que, talvez sem se aperceberem, nos fizeram muito bem. Fizeram-nos acreditar na humanidade. Afinal, ela existe. Afinal, talvez ainda seja possível “remendar” o nosso planeta.
Para além da história destes 6 irmãos, teria muitas outras histórias para vos contar. Histórias de muitos outros Traquinas que têm entrado na minha vida, mas essas ficam para uma próxima oportunidade.
Sim à adoção responsável. Sim ao direito à vida.
1 comentário
[…] Já, por várias vezes, resgatei animais em condições miseráveis, em situação notória de abandono, deixados propositadamente para morrer à fome. Um dos resgates, e talvez o que mais me doeu, dado o estado em que se encontravam, foram os seis cães bebés que resgatei, em 2019. Podem ver toda a história aqui. […]